terça-feira, 29 de julho de 2008

Tempos modernos.

Sei que o título remete ao clássico Charles Chaplin, mas a figura é diferente: Césares. São a esses tais, que desde Roma impuseram, oficialmente, o tal calendário no formato que temos: Anos, meses e dias. Os anos voam, os meses então, mas tem dias que nem mesmo eles suportariam. Aqueles dias em que todos te olham estranho, que você não consegue pensar, andar, falar, sem que pareça estar sendo observado, e até mesmo julgado, por que não? Dias em que todas as somas não batem, que o ônibus atrasa, a caneta fica sem tinta e o café amarga. O Sol não aquece, porém o vento frio queima. Quando tudo se resume em erros, trapaças, falta de sorte ou de paciência. Mas quase sem querer, a beira de um colapso, você descobre o conforto necessário em um sorriso, um carinho, um beijo na ponta do nariz. Como, eu pergunto, tantas respostas, soluções, maneiras, somas, resultados, cabem em um sentimento? Pra que sol, se os braços aquecem de maneira mais eficiente? Pra que caneta, se você não tem palavras? Pra que ônibus, se você vai a Lua e volta em apenas um beijo? Pra que café, se você já não consegue dormir. E pra que dormir se você tem toda a noite pra aprecia-la, semi-nua de corpo, e por inteiro de alma. Invejosos são vocês Césares, que inventam os "tempos", e os fazem voar.

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